Após um ano marcado por sororidade e companheirismo, chegou ao fim, no dia 31 de julho, o Projeto Daras. Iniciativa do Instituto Dara em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e a TechnipFMC, o projeto visava ao desenvolvimento profissional e à autonomia de mulheres pretas e pardas por meio do empreendedorismo.
Ao todo, o projeto, iniciado em agosto de 2022, recebeu 40 mulheres atendidas pela instituição para uma série de rodas de conversa com convidados e atividades culturais externas. Entre elas estavam visitas ao Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), na Gamboa, zona portuária do Rio de Janeiro, e ao Coletivo Josefinas, em Campo Grande, Zona Norte da cidade, promovendo uma troca de experiências sobre identidade racial e gestão de negócios.
Feira empreendedora marca o fim do ciclo
Para coroar o projeto, as participantes organizaram, no dia 20 de julho, uma feira empreendedora, na qual colocaram em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do ano. Foram montadas, na sede do Instituto Dara, seis barracas expositoras para a venda de produtos produzidos pelas participantes, de salgados e doces a cosméticos, beleza e artesanato.
Cristina Pereira, Líder do Atendimento do Instituto Dara, enfatizou que o projeto foi uma troca não apenas para as participantes contempladas, mas para toda a equipe da organização: “Nós aprendemos com cada uma aqui. As participantes do Projeto Daras são mulheres inspiradoras. É essa a nossa motivação a cada dia, para cumprirmos a nossa missão. Elas são exemplos para outras famílias e outras mulheres”.
Em seguida, no dia 24 de julho, o grupo se reuniu no Espaço do Conhecimento – Sala Dr. Luis Carlos Vieira Teixeira, na sede do Dara, para uma apresentação dos planos de vida e de negócios produzidos ao longo do projeto. A banca avaliadora foi composta pela Coordenadora do Atendimento do Instituto Dara, Isabel Assis, e por Valéria Sandoli e Sabrina Cavalcanti, da TechnipFMC.
“O esforço ficou muito claro. O papel do Dara de estimular, de incentivar, de fazer o valor é muito importante. Foram doze meses de trabalho, então é o esforço de vocês tem de ser aplaudido. Vocês já devem se sentir vitoriosas. Chegar até aqui é uma vitória muito grande”, disse Sabrina, após as apresentações.
“Vocês têm direito à felicidade em um mundo sem oportunidades”
O dia 31 de julho marcou o último encontro das participantes do Projeto Daras. A abertura do evento de formatura contou com uma fala do Diretor Executivo do Dara, José Land Neto, seguido de um painel em comemoração ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, com Amanda Lemos (Coordenadora do Lab Acadêmico do Dara), Maristella Sodré (embaixadora do Lixo Zero), Tatiane Duarte (Mestre em Direito e professora universitária) e Viviane Lima (doutoranda em História, Política e Bens Culturais).
As palestrantes abordaram a importância da educação como objeto de representatividade e oportunidade de vida para mulheres pretas. A desigualdade racial, especialmente na educação, ainda é uma dura realidade no Brasil.
“Vocês entendem o que estão fazendo aqui hoje? Estão quebrando um ciclo de não oportunidades. Isso não tem preço. O que a educação faz, em todos os sentidos, é isso. Uma educação que não combate o racismo, o perpetua. Vocês têm direito à felicidade num mundo sem oportunidades”, afirmou Tatiane.
Ao final do evento, cinco participantes do projeto Daras foram selecionadas para receber uma premiação em dinheiro, que deve auxiliar na abertura dos empreendimentos apresentados durante a exibição dos planos de negócios.
O Projeto Daras foi uma iniciativa viabilizada a partir da Lei de Incentivo à Cultura e da Lei do ISS, com o patrocínio da TechnipFMC e da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. A próxima edição do projeto está prevista para o segundo semestre de 2023.